Culturas italiana e francesa na escola: uma experiência em Vitória (ES)

Uma das funções da escola básica é a inserção das gerações na cultura. Nas escolas públicas brasileiras, em que a grande maioria do alunado é oriunda das classes mais populares e desprovidas de possibilidades e oportunidades de interação com comunidades além do seu universo restrito, é fundamental que o espaço escolar funcione como um locus de ampliação de horizontes, de partilha de saberes e de abertura ao diverso e ao novo. É geralmente na escola que o(a) jovem tem a oportunidade de aprender a lidar com um mundo globalizado, em que diferentes povos, culturas, olhares e perspectivas se aproximam e convivem no encontro das diferenças.

Foi pensando nisso que criamos o projeto de extensão “Ampliando Horizontes: culturas de língua francesa e de língua italiana ao alcance dos alunos secundaristas”1 cujo objetivo foi levar as culturas francesa e italiana a alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Almirante Barroso, em Vitória (ES).

Nesse sentido, nosso intuito foi o de ampliar os horizontes, de modo que a cultura francesa e a cultura italiana estivessem ao alcance desses alunos. Para tanto, formamos e coordenamos uma equipe de trabalho composta por estudantes do Ensino Médio, por uma professora da escola e por graduandos dos cursos de Letras Português-Francês e Letras Português-Italiano da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Ao longo deste ano, participaram do projeto: Igor Marcolino de Oliveira Barcelos, Luan Machado Mancini, Yasmin Torquato Alves, Lucas Eduardo Toledo, Anna Clara Bandeira Machado e Ryan da Silva Félix Barbosa (alunos secundaristas); Neuza Soares (Professora da Escola Estadual Almirante Barroso; Italo Costermani e Lucas Araújo (graduandos em Letras/Português-Francês/Português-Italiano).

Foto 1 – Primeiro programa de rádio

Como resultado do projeto o grupo produziu, quinzenalmente, um programa de rádio e, mensalmente, um jornal mural cujas temáticas passavam por elementos referentes aos países de língua francesa e italiana por meio do viés literário, musical, artístico, cinematográfico, linguístico etc.

Tais conteúdos foram trabalhados em forma de quiz; resenhas literárias e cinematográficas; opiniões sobre músicas, filmes e livros; relatos de experiência; notas biográficas, bibliografias sobre autores, autoras e artistas; entrevistas com personalidades de interesse para o projeto; bem como aspectos históricos; aspectos interculturais Brasil-França e Brasil-Itália, inclusive tratando da formação multicultural no processo de imigração e transferências culturais para a formação do povo capixaba.

O projeto visou a motivar a participação dos graduandos em um projeto de Extensão e, desse modo, entrar em contato com a realidade escolar ainda durante a graduação. Além disso, objetivamos que todos os agentes envolvidos no processo de sustentação da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade fossem protagonistas nos pilares que promovem a construção e a divulgação do saber produzido na UFES.

Foto 2 – Primeiro jornal mural

A ideia foi estabelecer o diálogo com a sociedade, por meio dos temas relevantes para a educação, para a cidadania, para a formação humana e voltada para uma cultura de paz. Esta ação extensionista pôde em muito contribuir para o fortalecimento dos cursos de Licenciatura Dupla Português e Francês e de Licenciatura Dupla Português e Italiano da UFES.

É mister trabalhar para que a Universidade proporcione não apenas o ensino de idiomas à comunidade, mas que também possibilite o acesso a línguas e culturas que, em geral, não chegam às massas. É preciso que os alunos de escola pública ampliem seus horizontes, suas perspectivas, suas concepções de mundo, algo que só é possível realizar por meio de projetos como este. Vale ressaltar que a comunidade capixaba manifesta imenso interesse pela francofonia e pela cultura italiana. É um direito dos alunos de escola pública também terem acesso a esses conteúdos, reservados na maioria das vezes a uma elite.

1 Este projeto de extensão foi apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX/UFES).

Como citar este artigo (ABNT):

PORSETTE, Igor; PAIXÃO, Grace Alves.  Culturas italiana e francesa na escola: uma experiência em vitória (ES). Observatório do ensino de italiano no Brasil/EIIPIB_virtual [blog]. Publicado em 05 de novembro de 2019. Disponível em: <http://www.eiipib.org/wordpress/?p=1995>. Acesso em: dia mês ano (em que voce acessou o artigo)

Sobre o autor:

Igor Porsette é licenciado em Letras Português e em Letras Italiano pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Especialista em Fundamentos em Práticas Interdisciplinares pela Faculdade de Educação da UFJF; Mestre e Doutor em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atua como Professor Adjunto I na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e, na graduação, ministra disciplinas de Língua Italiana, Literatura Italiana, Linguística Aplicada e disciplinas relativas ao Ensino de língua estrangeira.

Sobre a autora:

Grace Alves da Paixão é Bacharel e Licenciada em Letras Português e em Letras Francês pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre e Doutora em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Doutora pela UFES. Atua como Professora Adjunto II na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e, na graduação, ministra disciplinas de Língua Francesa e Literaturas em Língua Francesa e disciplinas relativas ao Ensino de FLE e estágio. Assessora de Língua Francesa no Núcleo de Línguas da Universidade Federal do Espírito Santo.

 

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ADA – um Ambiente Virtual de Aprendizagem livre made in Italy

O ADA é um Ambiente Virtual de Aprendizagem de código aberto, idealizado e desenvolvido pelo grupo italiano Lynx, a partir do ano 2000. Sendo de código aberto – ou seja: livre – ele pode ser baixado e utilizado conforme a licença GPL 2.0.  A empresa disponibiliza o código fonte por meio do repositório GitHub.

O seu nome (ADA) carrega dois significados. É, ao mesmo tempo, um acrônimo em língua italiana para Ambiente Digitale per l’Apprendimento e uma homenagem à matemática inglesa Ada Lovelace (Augusta Ada Byron. 1815-1852),  considerada a primeira mulher a trabalhar com informática (WIKIPEDIA, 2018). Como lembram os desenvolvedores do ADA, esse nome evoca a contribuição das mulheres para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Uma tela do ADA 2.1

Os italianistas e demais membros da comunidade de ensino e aprendizagem de língua e cultura italiana provavelmente já tiveram contato com um dos seus principais utilizadores.  Ou pelo menos já devem ter ouvido falar sobre ele. Trata-se do Consorzio ICON – Italy Culture on the Net. Esse consórcio adaptou o ADA para suas necessidades, inserindo funcionalidades e conteúdo relativo ao ensino de língua italiana para estrangeiros. Infelizmente, o consórcio ICON – que, atualmente, vende seus cursos também no Brasil – não manteve aberta a sua versão.

Uma tela do ADA customizado para o Consorzio ICON

Outro utilizador do ADA é o DEAL-TOI (Deaf People in Europe Acquiring Languages Through E-Learning Transfer Of Innovation/2009-2011), um projeto cujo objetivo foi o de criar um modelo de EaD virtual para apoiar o ensino e aprendizagem de línguas para pessoas surdas (NUCCETTELLI, s.d.; ISTITUTO STATALE PER SORDI, s.d.).

Segundo Nuccettelli et al (s.d.), a escolha de uma plataforma se deu essencialmente pela preferência por um percurso de ensino e aprendizagem que privilegiasse o canal visual; que facilitasse a comunicação entre os aprendizes; e que permitisse monitoramento, avaliação e ativação de tutoria em tempo real.

A sua posterior customização, ainda segundo Nuccettelli et al (s.d.), foi profunda, concentrando-se especialmente na interface e em alguns recursos de vídeo. A interface, completamente redesenhada por um designer surdo e um especialista em comunicação, levou em consideração os estilos de aprendizagem típicos das pessoas surdas.  Recursos de vídeo foram inseridos no conteúdo do curso e tiveram acionamento automatizado pela plataforma, de modo que a gravação com a língua de sinais correspondente à nacionalidade do aprendiz fosse corretamente acionada durante o seu uso.

Em linhas gerais, os autores destacam que o design personalizado do ADA para o projeto DEAL-TOI contou com os seguintes recursos:

  • Animações do diálogo objeto da unidade didática com legendas na língua alvo
  • Vídeos na língua de sinais de partida
  • Atividades didáticas interativas
  • Vídeoconferências

Recursos de vídeo:

Unidirecionais: apresentação de unidades didáticas; microjanelas lexicais no interior do diálogo; vídeo de explicação gramatical, sintática e pragmática de alguns conceitos-chave da unidade didática; tradução completa do diálogo na língua de sinais do aprendiz (opcional).

Bidirecionais: vídeoconferências/chat textual entre os estudantes e vídeoconferência /chat textual com a equipe de professores.

Os realizadores do projeto parecem não ter disponibilizado o código fonte dessa customização – peccato! -, o que não impede que novas versões para esse fim – ensino e aprendizagem de línguas – possam ser criadas por quem quer que seja, uma vez que, como dissemos, o Lynx mantém uma versão não personalizada (ADA XL) com a fonte aberta(!) no GitHub.

Uma tela do ADA customizado para o projeto DEAL-TOI

Na página do grupo Lynx, é possível encontrar informações sobre os diversos recursos oferecidos pelo ADA em sua versão não personalizada (ADA XL). Entre elas, destacamos aquelas relacionadas ao aspecto didático.

ADA XL – Características relacionadas ao aspecto didático

  • Multilíngua
  • Editor de conteúdo e de atividades
  • Sistema de mensagens síncrono e assíncrono
  • Sistema de vídeoconferência
  • Sistema automático de avaliação
  • Tutoria
  • Conteúdos multimídia
  • Índice linear e mapa gráfico
  • Motor de busca interno
  • Tagging semântico dos conteúdos

Uma vez que essa versão esteja instalada e em funcionamento, e que não se opte pela customização profunda, a equipe pedagógica – ou o(a) docente , poderá escolher aquele(s) recurso(s) que melhor corresponde(m) às demandas e aos objetivos estabelecidos para os diversos momentos e atividades do curso, considerando, também, o perfil do seu público alvo. Nesse sentido, será fundamental compreender, por exemplo, se os aprendizes têm acesso à tecnologia envolvida e se têm as competências necessárias para utilizá-las.

Em contextos de ensino institucionalizados, sobretudo, as tecnologias e o suporte ao desenvolvimento das competências necessárias para uma boa fruição do curso no ambiente virtual poderão ser oferecidas em sede ou em polos de apoio presenciais.

Referências:

ISTITUTO STATALE PER SORDI. DEAL-TOI. Disponível em: <http://www.issr.it/DEAL-TOI.html>. Acesso em: 18 agosto 2018

NUCCETTELLI et al. DEAL TOI: corsi a distanza di L2 per studenti sordi. Itália, (s.d.). Disponível em: <https://docplayer.it/1818551-Deal-toi-corsi-a-distanza-di-l2-per-studenti-sordi.html>, Acesso em: 18 agosto 2018.

WIKIPEDIA. Ada Lovelace. 2018. Disponível em: <https://it.wikipedia.org/wiki/Ada_Lovelace> Acesso em: 18 agosto 2018

Sites:

Lynx: www.lynx.com

GitHub: www.github.com

Como citar este artigo (ABNT):

SOUZA, Romulo Francisco de. ADA – um Ambiente Virtual de Aprendizagem livre made in Italy. EIIPIB_virtual [blog]. Publicado em 19 agosto 2018. Disponível em: <http://www.eiipib.org/wordpress/?p=1724>. Acesso em: dia mês ano (em que voce acessou o artigo)

Sobre o autor:

Rômulo Souza é residente pós-doutoral PNPD/CAPES junto à FFLCH/USP. Doutor em Língua, Literatura e Cultura Italianas pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor licenciado pleno com habilitação em língua portuguesa e língua italiana pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em formação de professores, língua e cultura italianas, português como língua materna, português para estrangeiros, português como língua de acolhimento, ensino de línguas mediado por computador (CALL – Computer Assisted Language Learning – presencial e a distância) e linguística aplicada.

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Sete repositórios online para a prática de italiano como língua adicional

O ensino de italiano como língua adicional soube receber e se inserir no contexto das novidades tecnológicas no âmbito da comunicação, criando um rico debate sobre a natureza e sobre o uso das novas tecnologias na glotodidática (MEZZADRI, 2005, p. 289), ou seja, de acordo com a enciclopédia Treccani, “no setor da linguística que trata da didática da língua, seja essa primeira (materna) ou adicional, e em particular da aprendizagem e desenvolvimento das principais competência linguísticas”. As novas tecnologias, principalmente a internet, invadiram e estão transformando o novo mundo (MEZZADRI, 2003, p. 341), agora cabe a nós aproveitarmos as vantagens que elas trazem.

Repositórios virtuais – língua italiana como língua adicional

Pensando nas vantagens da internet, propomos uma lista de alguns repositórios online de objetos de aprendizagem gratuitos de língua italiana para estrangeiros. (abaixo)

De acordo com o Ministério da Educação (s.d), os objetos de aprendizagem são “recursos educacionais, em diversos formatos e linguagens, que têm por objetivo mediar e qualificar o processo de ensino-aprendizagem”. Os ambientes utilizados com esse objetivo são chamados de Repositórios de Objetos de Aprendizagem, os quais possibilitam o armazenamento, pesquisa e reutilização de tais materiais.

Esta ferramenta coloca à disposição alguns materiais autênticos e possibilita a pesquisa de conteúdos relacionados às mais diversas áreas do conhecimento. Muitas destas atividades apresentam recursos multimídias, os quais servem de motivação para o estudo autônomo do aprendiz. Os repositórios lidam com o problema consequente das muitas páginas disponíveis na web, uma vez que em um único local tem-se acesso a uma grande variedade de atividades.

A internet traz muitas vantagens e desvantagens nas mais diversas esferas, no âmbito do ensino/aprendizagem de línguas não é diferente.

Esta breve relação dos repositórios, ferramenta essencial de organização dos materiais disponíveis nas páginas web, de atividades de italiano como língua adicional é fruto de minha pesquisa de iniciação científica, desenvolvida no âmbito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo, intitulada “Didatização de materiais autênticos para o ensino de italiano língua estrangeira através da imersão pela cultura do idioma”, a qual se propõe a estudar a utilização de materiais autênticos e sua didatização para o ensino de italiano.

Referências

MEZZADRI, M. I ferri del mestiere. Corso di (auto)formazione per l’insegnante di lingua. Perugia: Guerra Edizioni, 2003.

MEZZADRI, M. “Internet per la didattica dell’italiano LS”. In: DOLCI, R,; CELENTIN, P. (Orgs.) La formazione di base del docente di italiano per stranieri. Roma: Bonacci, 2005.

PORTAL DE CONTEÚDOS EDUCACIONAIS DO MEC. “Repositórios de objetos de aprendizagem”. Disponível em: <http://webeduc.mec.gov.br/linuxeducacional/curso_le/modulo4.html>.

Como citar este artigo (ABNT):

TAMAIO, Natália Savassi. Sete repositórios online para a prática de italiano como língua adicional. EIIPIB_virtual [blog]. Publicado em 02 agosto 2018. Disponível em: <http://www.eiipib.org/wordpress/?p=1687>. Acesso em: dia mês ano (em que voce acessou o artigo)

Sobre a autora:

Natália Savassi Tamaio é graduanda em Letras, Português e Italiano, pela Universidade de São Paulo. Participou da equipe de revisão dos materiais Dire, fare, partire! e Dire, fare, arrivare!, ambos do Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Cultura Italianas e da Área de Didática em Língua e Literatura Italiana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Foi monitora do curso online Parlando si va lontano: italiano para brasileiros, curso do Serviço de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo. Desenvolve a iniciação científica intitulada “Didatização de materiais autênticos para o ensino de italiano língua estrangeira através da imersão pela cultura do idioma”, pela mesma universidade, sob orientação do Prof. Dr. Rômulo Francisco de Souza, residente pos-doutoral vinculado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e ao Programa Nacional de Pós-doutorado da CAPES.

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Dois instrumentos para conhecer os estilos e as estratégias de aprendizagem dos estudantes: o questionário de Mariani e o inventário de Oxford

Na sala de aula de língua estrangeira (LE), sob uma perspectiva de ensino-aprendizagem que leve em consideração as diferentes maneiras pelas quais os discentes constroem conhecimento, é muito importante que nós, docentes, conheçamos os estilos e as estratégias de aprendizagem dos alunos. Com o escopo de conhecer tais estilos e estratégias, podemos empregar, por exemplo, questionários como instrumentos de coleta de dados.

é muito importante que nós, docentes, conheçamos os estilos e as estratégias de aprendizagem dos alunos.

Dentre os diversos questionários sobre estilos de aprendizagem, podem ser mencionados os seguintes: o teste VAK (Visual, Auditory, Kinesthetic), o questionário elaborado pelos professores Felder e Soloman (1993) e o questionário proposto pelo professor Luciano Mariani (2000).

Esse último, a meu ver, trata dos estilos de aprendizagem de forma abrangente, visto que não os reduz à dimensão sensorial. Além disso, mostra-se como um instrumento de coleta de dados de fácil utilização na sala de aula, pois pode ser impresso e entregue aos aprendizes para que o respondam durante a aula ou em casa. Ademais, eles mesmos podem calcular a pontuação resultante de suas respostas para descobrirem quais são os seus estilos de aprendizagem predominantes.

O questionário de Mariani foi escrito, originalmente, em italiano, mas, depois, foi traduzido para o inglês pelo próprio autor. Em minha tese de doutorado, intitulada Dos estilos e estratégias de aprendizagem à didatização de materiais para o ensino do italiano língua estrangeira na pedagogia pós-método, fiz uma tradução desse questionário para o português.

Na pesquisa que resultou em minha tese, empreguei o referido questionário nas aulas de italiano de um grupo de dez discentes iniciantes no estudo dessa LE, e esse instrumento de coleta de dados possibilitou-me conhecer melhor os diversos modos de aprender dos alunos. Além disso, esse questionário também fez com que os estudantes pudessem refletir sobre as suas maneiras de aprender, o que parece tê-los ajudado a melhorar a sua aprendizagem da língua-alvo.

esse questionário também fez com que os estudantes pudessem refletir sobre as suas maneiras de aprender, o que parece tê-los ajudado a melhorar a sua aprendizagem da língua-alvo.

No que concerne aos instrumentos de coleta de dados usados para a investigação das estratégias de aprendizagem dos discentes e, mais especificamente, para a investigação de estratégias de aprendizagem de línguas, o inventário elaborado por Oxford (1989) parece ser um dos mais amplamente utilizados em variados contextos de ensino-aprendizagem de línguas. Isso explica o fato de ele ter sido traduzido para muitas línguas, entre as quais, o português.

Em minha tese, empreguei esse inventário e, para usá-lo não só como um instrumento de coleta de dados, mas também como um instrumento de ensino-aprendizagem da LE, traduzi-o para o italiano. Esse instrumento e as atividades didáticas decorrentes dele (uma lista coletiva de estratégias de aprendizagem produzida pelos alunos e um jogo sobre estratégias de aprendizagem elaborado por mim, o qual pode ser visualizado na fotografia abaixo) fomentaram o desenvolvimento de reflexões sobre o “aprender a aprender” línguas por parte dos discentes. Tais reflexões foram desenvolvidas, sobretudo, na língua-alvo, o que fez com que essas estratégias se tornassem, de certa forma, conteúdo das aulas.

Jogo sobre estratégias de aprendizagem / autora: Daniela Vieira

Assim, com base na experiência que tive com os meus estudantes, a qual descrevo na tese já citada, posso afirmar que, para os professores de italiano LE (e de outras línguas) que queiram conhecer melhor os diferentes modos de aprender de seus alunos e, ao mesmo tempo, auxiliar os discentes a desenvolver reflexões sobre como eles aprendem e sobre como podem melhorar a própria aprendizagem da língua-alvo, tanto o questionário de Mariani (2000) quanto o inventário de Oxford (1989) são instrumentos bastante profícuos.

Para informações mais detalhadas, podem ser consultados os seguintes sites:

Como citar este artigo (ABNT):

VIEIRA, Daniela Aparecida. Dois instrumentos para conhecer os estilos e estratégias de aprendizagem dos estudantes: o questionário de Mariani e o inventário de Oxford. EIIPIB_virtual [blog]. Publicado em 21 maio 2018. Disponível em: <http://www.eiipib.org/wordpress/?p=1579>. Acesso em: dia mês ano (em que voce acessou o artigo)

Sobre a autora:

Daniela Aparecida Vieira é doutora e mestra em Letras (Língua, Literatura e Cultura Italianas) pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), bacharel e licenciada em Letras (Italiano-Português) pela USP. É autora do livro O uso de materiais autênticos nas aulas de italiano como língua estrangeira: teorias e práticas, publicado pela editora Nova Alexandria (2012). É professora de italiano e de português desde 2005. Ministrou aulas de italiano em cursos de extensão universitária na USP e na PUC-SP. Atua como professora de educação infantil na rede pública municipal de ensino de São Paulo desde 2002. Tem experiência nas áreas de Letras e Educação, com ênfase nos seguintes temas: didatização de materiais para o ensino-aprendizagem de italiano e de português, estilos e estratégias de aprendizagem e pedagogia pós-método.

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Oferta de Italiano nos CEL-SP 2018_1

Lista de escolas estaduais que oferecem língua italiana nos seus respectivos Centros de Estudos de Línguas (CEL) no primeiro semestre de 2018, conforme a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Capital D.E. Reg. Centro Sul EE Alexandre de Gusmão
EE Julia Macedo Pantoja Professora
D.E. Reg. Leste 1 EE Nossa Senhora da Penha
D.E. Reg. Leste 3 EE Fadlo Haidar
D.E. REG. Leste 5 EE José Marques da Cruz
Grande SP D.E. Reg. Carapicuiba EE Pedro Casemiro Leite Professor
D.E. Reg. Mogi ds Cruzes EE. Francisco Ferreira Lopes
D.E. Reg. Osasco EE Antonio Raposo Tavares
D.E. Reg. Suzano EE Raul Brasil Professor
Interior D.E. Reg. Araraquara EE Henrique Morato Professor
EE João Manoel do Amaral
 EE Maria Isabel Rodrigues Orso Pfa
D.E. Reg. Assis EE Prof. Carlos Alberto de Oliveira
D.E. Reg. Avaré EE João Crruz
D.E. Reg. Barretos EE Antonio Augusto Reis Neves Dr
D.E. Reg. Catanduva EE Barão do Rio Branco
D.E Reg. Franca EE Ana Maria Junqueira
D.E. Reg. Guaratingueta EE Osvaldo Cruz
D.E. Reg. Jales EE Dom Arthur Horsthuis
EE Itael de Matos Professor
D.E. Reg. José Bonifacio EE Genaro Domarco
D.E. Reg. Jundiaí EE Maria de Lourdes Franca Silveira Professora
D.E. Reg. Marília EE Mosenhor Bicudo
D.E. Reg. Pres. Prudente EE Mosenhor Sarrion
D.E. Reg. São Carlos EE Alvaro Guião Doutor
EE Edesio Castanho
D.E. Reg. São Jose dos Campos EE Stevan Ferri Professor
D.E. Reg. São José do Rio Preto EE Francisco Marques Pinto
EE Monsenhor Gonçalves
D.E. Reg. Sorocaba EE Julio Prestes de Albuquerque Doutor
D.E. Reg. Taquaritinga EE 9 de Julho
EE Antônio Moraes Barros Dr.
EE Josepha Maria de Oliveira Bersano Professora
D.E. Reg. Tupa EE India Vanuire
D.E. Reg. Votorantin EE Daniel Verano Professor

Fonte: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Dados obtidos no âmbito de nossa pesquisa de pós-doutorado, relizada junto à FFLCH/USP.


Como citar este artigo (ABNT):

SOUZA, Romulo Francisco de. O Italiano nos CEL-SP 2018_1. EIIPIB_virtual [blog]. Publicado em 15 maio 2018. Disponível em: <http://www.eiipib.org/wordpress/?p=1579>. Acesso em: dia mês ano (em que voce acessou o artigo)

Sobre o autor:

Rômulo Souza é residente pós-doutoral PNPD/CAPES junto à FFLCH/USP. Doutor em Língua, Literatura e Cultura Italianas pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor licenciado pleno com habilitação em língua portuguesa e língua italiana pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tem experiência na área de Letras, com ênfase formação de professores, língua e cultura italianas, português como língua materna, português para estrangeiros, português como língua de acolhimento, ensino de línguas mediado por computador (CALL – Computer Assisted Language Learning – presencial e a distância) e linguística aplicada.

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Estilos e estratégias de aprendizagem

Em meu percurso acadêmico e profissional, desenvolvi vários projetos e iniciativas relacionadas à formação continuada de professores de línguas. Um desses projetos consistiu em um seminário virtual, de minha autoria, a respeito do tema estilos e estratégias de aprendizagem.

O seminário, publicado em 2005, continua atual e aponta para uma preocupação em centralizar o ensino no aprendiz, suas demandas e características, oferecendo-lhe apoio para que desenvolva suas capacidades metacognitivas e se torne mais autônomo em seu processo de aprendizagem.

fonte/smileycreek – CC BY-NC-SA

Trata-se, o seminário, de um percurso de autoformação continuada, a distância, assíncrono, em meio virtual, para professores de idiomas. Além de obter informações sobre o tema, você poderá descobrir quais são os seus estilos predominantes e estratégias de aprendizagem preferidas e obter ferramentas para contemplar esses aspectos em sala de aula, juntamente com seus alunos.

Acesse o percurso formativo em http://romulosouza.com.br/sla/home.php e aprenda mais sobre estilos e estratégias de aprendizagem! Todas as atividades do seminário estão funcionais!

O site foi elaborado por mim em 2005. Será melhor visualizado no navegador CHROME ou CHROMIUM. Nos demais navegadores, podem ocorrer algumas distorções na layout. Se isso acontecer, fique tranquilo(a)! O conteúdo e as funcionalidades serão os mesmos!

Melhor visualizado nos navegadores CHROME ou CHROMIUM

Dê um feedback! Além de participar das atividades propostas, dê um feedback para mim sobre o percurso formativo em romulosouza@usp.br

Será um grande prazer trocar ideias sobre a proposta do seminário e sobre a questãos dos estilos e estratégias de aprendizagem, sobretudo no campo do ensino de línguas.


Como citar este artigo (ABNT):

SOUZA, Romulo Francisco de. Estilos e estratégias de aprendizagem. EIIPIB_virtual [blog]. Publicado em 13 abril 2018. Disponível em: <http://www.eiipib.org/wordpress/?p=1419 >. Acesso em: dia mês ano (em que voce acessou o artigo)

Sobre o autor:

Rômulo Souza é residente pós-doutoral PNPD/CAPES junto à FFLCH/USP. Doutor em Língua, Literatura e Cultura Italianas pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor licenciado pleno com habilitação em língua portuguesa e língua italiana pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tem experiência na área de Letras, com ênfase formação de professores, língua e cultura italianas, português como língua materna, português para estrangeiros, português como língua de acolhimento, ensino de línguas mediado por computador (CALL – Computer Assisted Language Learning – presencial e a distância) e linguística aplicada.

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EIIPIB pelo celular e tablet

O EIIPIB_virtual é um congresso de italianistas completamente realizado a distância. As comunicações ocorrem nos canais de chat IRC. Esse canais podem ser acessados não apenas pelo computador, mas também por celuares e tablets!

Ilustração: acesso aos canais IRC pelo celular utilizando o app ANDRO IRC

Para acessar os canais IRC pelo celular ou tablet, recomendamos a utilização do aplicativo ANDRO IRC. Esse app pode ser baixado no Google Play e funciona apenas em dispositivos com sistema operacional Android.

Ilustração: acesso aos canais IRC pelo tablet utilizando o ANDRO IRC

Se você vai apresentar uma comunicação, sugerimos que utilize um computador (desktop ou laptop), pois a digitação será mais fácil e ágil. A participação por meio de celulares e tablets é recomendada para aqueles que pretendem apenas acompanhar as apresentações e, eventualmente, interagir com os participantes das mesas, enviando perguntas e comentários.

Onde baixar o aplicativo

O aplicativo ANDRO IRC pode ser baixado pelo link: http://bit.ly/1duJxOR Alternativamente, você pode acessar o Google Play e procurar o aplicativo pelo nome. Lembre-se que você deve baixá-lo a partir do dispositivo (celuar ou tablet) em que ele será instalado.

Uma vez instalado, siga as instruções de uso! Você deverá informar ao aplicativo o nome das 4 salas em que as apresentações acontecem. São elas:#itasala1,#itasala2,#itasala3,#itasala4

Inclua também a sala de bate papo. Ela está aberta para conversas informais entre os participantes. Sala: #eiipib_caffe

Escolha a rede FREENODE! É la que estão as salas!

Conecte-se!


Como citar este artigo (ABNT):

EIIPIB_virtual. EIIPIB pelo celular e tablet. EIIPIB_virtual [blog]. Publicado em 06 abril 2018. Disponível em: < http://www.eiipib.org/wordpress/?p=161 >. Acesso em: dia mês ano (em que voce acessou o artigo)

 

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